Enfim em seu quarto, deitado em sua cama enorme, toda ostentada da melhor seda da corte, ele olhava fixamente para as pinturas emolduradas a ouro, pregadas nas paredes há muito pintadas de um vermelho fúnebre.
Thomas Frederick estava ainda colhendo os frutos de sua juventude, apesar dos pensamentos maduros e de parecer ter nascido à frente do seu tempo. Ele ainda era um garoto, um rapaz que possuía poucos anos, mas possuía rosto já digno de um homem com formato quadrado e grave com expressões fortes, nariz um pouco arrebitado e lábios marcantes, que davam um toque de masculinidade em seus olhos de um verde suave. Seus cachos, bem cuidados e dourados como ouro, caiam na testa volta e meia. Há quem diga que todas as mulheres que moravam próximas ao seu pequeno palácio apreciavam com cobiça seus traços e seu corpo corretamente talhado por causa de suas habilidades com luta.
Desde pequeno tivera o hábito de lutar. Manuseava a espada como ninguém, e tinha uma nobre coleção destas, algumas até cravejadas com pedras preciosas. Raras vezes ele fora intencionalmente presenteado com espadas completamente revestidas a ouro pelo próprio rei da Inglaterra, que como todos o admirava sendo cavalheiro. Estas preciosidades ficavam guardadas carinhosamente em um pequeno quarto empoeirado que germinava da varanda do seu quarto.
Em tempos de tantas crises, Thomas, não via razões para defender os interesses de sua linhagem, pelo contrário, ele possuía petulância o bastante para cruzar os braços diante de uma guerra civil que despontava no país em que nascera negando por completo o uso de suas almejadas habilidades.